terça-feira, 17 de maio de 2011

Music for Everyone!

Dia desses, eu ouvi falar de um projeto de lei que foi aprovada no Rio Grande do Sul na qual fala que todo termo estrangeiro que tenha uma tradução para o português deve ser devidamente traduzido. Ou seja, a lei proíbe o uso de estrangeirismos na nossa língua. Quando eu li isso, automaticamente me veio à cabeça várias músicas estrangeiras que muitos músicos têm a capacidade de traduzi-las e incorporarem em nossa cultura e fazerem sucesso com elas.
Quando eu era criança eu simplesmente não gostava de música estrangeira porque eu não entendia o que elas diziam. Não fazia sentido, para mim, ouvir. Aquelas palavras não representavam nada. Ficava ouvindo meu Raulzito bem de boa. Aí a gente cresce e descobre que as músicas estrangeiras também têm muita coisa a dizer, muita história e conteúdo a serem divulgados. Mas e quem não tem acesso a isso? E quem não se toca que por trás daquelas palavras estranhas que ela canta tem uma história totalmente contrária ao sentimento da pessoa naquele momento? Por exemplo, na música Hotel Califórnia do Eagles, a letra conta uma história com uma cara de filme de terror. Porém, aqui no Brasil a música é colocada de fundo numa cena de beijo numa novela. Sua melodia deixa a entender aos leigos da língua inglesa que a música é de fato romântica. O que não é.
Assim como tem muita gente que repudia essa lei, há também muita gente contra essas versões aportuguesadas de músicas estrangeiras. Eu, sobre a lei, também sou contra, penso ser desnecessária. Mas, sobre essas versões brasileiras das músicas, eu sou totalmente a favor - só para constatar que eu considero como versão aportuguesada aquela música que realmente traduz o sentimento e quase toda a letra da versão original. Não me venham com aqueles forrós e axé que pegam o ritmo e colocam qualquer letra em cima, esse tipo de versão eu também repudio.
O que eu acho demais nessas versões traduzidas é, por exemplo, a pessoa está ouvindo e cantando a música Tanto do Skank que é a versão da música I Want You do Bob Dylan, ao mesmo tempo em que ela canta Skank ela canta Bob Dylan. É o mesmo que eu ler um livro estrangeiro. Ele foi traduzido por alguém. E com isso a mensagem que o autor quer divulgar pode se espalhar pelo mundo inteiro pelo simples fato de ter sido traduzida. O que o Skank fez foi o papel de tradutor, e divulgou pelo Brasil inteiro a obra de Bob Dylan. Assim como essa música, temos também Era um garoto que como eu amava Os Beatles e Os Rolling Stones, lançada no Brasil pelos Os Incríveis e posteriormente regravadas pelos Engenheiros do Hawaii que é a versão da música C'era Un Ragazzo Che Come Me Amava I Beatles E I Rolling Stones do cantor italiano Gianni Morandi. Além de Minha Vida da Rita Lee, Não Chores Mais do Gilberto Gil e tantas outras versões. Zé Ramalho chegou a gravar um disco inteiro só com versões brasileiras de músicas de Bob Dylan em “Zé Ramalho canta Bob Dylan”.
Nessa levada, eu me empolguei em fazer minhas versões de algumas músicas que eu gosto. Vou postar aqui um vídeo meu cantando a minha versão de Hurt, letra de Trent Reznor do Nine Inch Nails, mas que chegou aos meus ouvidos na inconfundível voz de Johnny Cash, no qual postarei o seu clipe, vencedor do Grammy como Melhor Videoclipe, em 2004. A letra original pode ser encarada e entendida de diversas maneiras. Eu fiz a minha releitura. Espero que gostem.



Confiram o clipe de Hurt também. Imperdível!