sexta-feira, 11 de março de 2011

- Pô Guga, posta algo aí!

- Bá, mas o que que tu queres saber?

- Ah, teve tanta coisa acontecendo nesse teus meses de inércia. Pensei que tu seria o primeiro a falar sobre as revoltas no mundo árabe, a vitória da democracia e tal.

- Eu não sei, cara. Tenho um certo receio de falar sobre essas coisas devido as tantas dúvidas que cercam esses conflitos. Se nós formos ver no Egito, por exemplo, o presidente deposto Mubarak, era do Partido DEMOCRÁTICO Nacional que havia derrubado a monarquia e transformado Egito em república, mas agora ele sai com claras acusações de autoritarismo, e seus 30 anos de governo se caracteriza facilmente numa ditadura.

- Então, cara! Que bom que tiraram esse Mubarak de lá!

- Bom sim, ótimo! Porém é necessário fiscalizar quem vai entrar. É muito fácil alguém entrar com o mesmo papo do Mubarak há 30 anos e gostar do osso, e ficar mais 30. A realidade ainda é muito turva. Só o tempo faz a história ficar mais clara. Sabe, na Tunísia foi a mesma coisa, o tal de Ben Ali chegou como salvador da pátria, com o país saindo de uma ditadura. Mas o tempo foi passando, e ele demonstrou ser tão ditador quanto o seu antecessor, perseguindo oposição e tendo graves acusações de violação dos direitos humanos.

- E como evitar esse tipo de coisa?

- Como saberei? É meio que instintivo do homem não querer largar o poder. Na verdade, quem sabe, os presidentes que hoje estão perdendo seus cargos foram depostos por não estarem mais agradando forças maiores. Quem será que financiou durante tanto tempo esses governos? Porque nunca houve uma intervenção internacional nessas claras ditaduras? Quem vai assumir esses países daqui pra frente? Alguém do interesse do povo ou alguém do interesse internacional? Por isso que eu não queria falar muito sobre esse assunto. É muita informação e pouca clareza dos fatos.

- Agora já falasse, né.

- Então, pra tua alegria, eu posto ai!

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